Em dezembro de 2019, uma notícia deixou o mundo preocupado: a Organização Mundial de Saúde (OMS) recebeu um alerta da ocorrência de diversos casos de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. A questão é que os quadros não tinham relação com algum vírus conhecido: era o novo coronavírus, que começava a ser disseminado nessa área do planeta.
O SARS-CoV-2 — sigla utilizada para denominá-lo — foi identificado pelas autoridades chinesas como um novo vírus da família coronavírus, levando a muitas incertezas sobre seus efeitos e letalidade na população mundial.
Por conta disso, a doença tem sido pauta de noticiários nacionais e internacionais: até o dia 26 de fevereiro de 2020, por exemplo, a China tinha 77.7780 casos confirmados, com 2.666 mortes. Já a Coreia do Sul tinha 977 casos e 10 mortes. Na data, o Brasil registrava, em São Paulo, o primeiro caso do novo vírus, sendo considerada a primeira ocorrência na América Latina.
O que fazer diante dessa ameaça? A melhor saída é a informação: é preciso entender o que é o novo coronavírus, seus sintomas, formas de diagnóstico e tratamento. E é isso o que trouxemos neste post. Continue a leitura e conheça as orientações de prevenção!
O que é o coronavírus?
Muita gente está assustada com as notícias de uma nova epidemia de pneumonia no mundo. A razão do temor é que se trata de um novo vírus, o SARS-CoV-2, que tem causado uma doença respiratória (Covid-19), ou seja, as autoridades e profissionais de saúde estão lidando com algo desconhecido. Assim, não se sabe ao certo que impactos essas ocorrências podem ter em termos de saúde pública.
Não que a família viral do coronavírus seja nova: na verdade, ela é conhecida desde a década de 1960, sendo responsável por infecções respiratórias em humanos e animais. Existem diferentes tipos de coronavírus que circulam entre animais silvestres e que podem ser transmitidos ao homem, pelo contato com ratos ou morcegos, por exemplo.
É importante destacar que, geralmente, as ocorrências por coronavírus resultam em doenças respiratórias leves a moderadas, tendo semelhança com doenças comuns, como o resfriado. No entanto, alguns coronavírus podem causar doenças sérias, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS).
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional
Sempre que um novo microrganismo é identificado circulando entre os humanos, como os casos do novo coronavírus que começaram na China, as autoridades de saúde ficam alertas, visto que o sistema imunológico das pessoas pode não estar preparado para essa ameaça.
Dessa forma, depois que as autoridades sanitárias chinesas relataram milhares de casos confirmados e centenas de mortes pelo novo vírus e com o registro de ocorrências em outros países, a OMS declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto pelo coronavírus como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. O que isso significa? Que o vírus representa um risco para o mundo todo.
Mas você pode estar pensando: se tudo começou na China, será que não é exagero pensar que estamos correndo perigo, visto que vivemos em outro continente? Mas é preciso considerar que muitas pessoas viajam entre diferentes continentes, certo? E, em decorrência desses deslocamentos, o vírus já foi detectado em países da Europa, da Ásia, nos Estados Unidos, Austrália, Brasil e outras localidades. Dessa forma, percebe-se como é fácil sua disseminação.
Monitoramento no Brasil
Para controlar os casos suspeitos, o Ministério da Saúde faz monitoramento diário da situação do coronavírus junto à OMS. Dessa maneira, quem busca informação sobre o quadro epidemiológico do novo vírus no mundo pode acompanhar a Plataforma IVIS, que é atualizada diariamente.
Casos suspeitos no país
Como a região de risco da doença é grande, as pessoas que apresentarem febre ou algum sinal de problema respiratório e que estiveram em localidades com registros da doença nos últimos 14 dias antes do aparecimento dos sintomas são considerados casos suspeitos no Brasil. Assim, devem procurar ajuda médica para fazer o diagnóstico.
Outras situações de casos suspeitos são:
- ter febre e, pelo menos, um sintoma (como tosse ou dificuldade para respirar), além de histórico de contato próximo com caso suspeito para a doença nos 14 dias anteriores ao surgimento dos sinais da infecção;
- ter febre ou, pelo menos, um sintoma respiratório, além de contato próximo de caso confirmado do novo vírus em laboratório nos últimos 14 dias anteriores ao surgimento dos sinais.
Caso você ou alguém da sua família se encaixe nessas condições, o recomendado é evitar a automedicação e procurar o atendimento médico urgementente.
O primeiro caso confirmado da doença no país foi de um homem de 61 que havia chegado de uma viagem à Itália e procurou o serviço de saúde devido a sintomas respiratórios.
Os casos suspeitos são mantidos em isolamento enquanto o paciente apresentar os sintomas clínicos, sendo que os casos graves devem ser encaminhados para um hospital de referência estadual. Se a doença não é confirmada em laboratório, mesmo que se mantenha os sintomas, o paciente é retirado do isolamento.
O Ministério da Saúde estruturou o Centro de Operações de Emergência (COE) para o novo coronavírus, a fim de preparar a rede pública de saúde para realizar o atendimento de casos suspeitos no Brasil.
Quais são os tipos de coronavírus?
Como mencionamos, a família do coronavírus já é conhecida há algumas décadas. O tipo Alpha coronavírus 229E e NL63, bem como o Beta coronavírus OC43 e HKU1 não são preocupantes, pois causam sintomas de resfriados comuns. Todavia, existem alguns tipos desse vírus que causam doenças graves. Veja a seguir.
SARS-CoV
Foi o vírus que causou preocupação mundial em 2002, tendo sido identificado na China e relacionado à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). A doença infectou pessoas em todos os continentes entre 2003 e 2004, sendo que cerca de 10% dos infectados por SARS morreram.
MERS-CoV
Em 2012 registrou-se um novo tipo de coronavírus, o da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). O primeiro registro da doença surgiu na Arábia Saudita. Além de sintomas respiratórios, a pessoa infectada teve pneumonia e complicações renais.
SARS-CoV-2
É o novo coronavírus, que, segundo a OMS, é o causador da doença Covid-19. Seus impactos na população ainda estão sendo pesquisados, mas por enquanto esse tipo vírus mostra uma taxa de mortalidade inferior à SARS e MERS.
Após dois meses da sua identificação, ele infectou mais de 80 mil pessoas em pelo menos 35 países, sendo registrados 2,8 mil mortos.
Como se contrai o coronavírus?
Afinal, como esse novo vírus é contraído? As formas de transmissão ainda estão sendo investigadas, mas já se sabe que a contaminação é feita de um indivíduo para o outro, ou seja, por contato, e também pelo ar.
Assim, é possível pegar a doença quando há contato com:
- catarro;
- tosse;
- espirro;
- gotas de saliva da pessoa infectada.
O aperto de mão, assim como encostar em algum item contaminado seguido de toque no nariz ou olhos, por exemplo, também representa um risco.
Quais são os sintomas do coronavírus?
Quer entender melhor como a Covid-19 se manifesta? Confira os sintomas causados pelo novo coronavírus:
- febre;
- falta de ar;
- tosse;
- dificuldade para respirar;
- dores musculares;
- dor de cabeça;
- irritação na garganta.
Nas ocorrências mais graves da doença, há também os seguintes sintomas:
- pneumonia;
- síndrome respiratória aguda grave;
- insuficiência renal.
É possível que a pessoa já tenha sido infectada, mas ainda não apresente os sinais da doença. Isso porque o vírus pode ficar incubado de 1 a 14 dias, tempo que os sintomas levam para aparecer.
Cuidado para não confundir com outras pneumonias
Devido ao alto número de casos registrados pelo novo coronavírus, é comum que a população fique alerta quando surgem sintomas de pneumonia.
Porém, é importante reforçar que existem diferentes causadores de pneumonia — como vírus, bactérias e protozoários — sendo que as bactérias são os mais comuns.
A doença que tem origem viral, como a causada pelo coronavírus, representa um número muito pequeno das ocorrências.
Como é feito o diagnóstico?
Mas, afinal, como os médicos fazem o diagnóstico do novo coronavírus no Brasil, visto que os sintomas são confundidos com outras pneumonias?
Ele é realizado por meio da coleta de secreções respiratórias. Para a confirmação, é preciso duas amostras, que são enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Uma delas segue para o Centro Nacional de Influenza (NIC) e a outra para análise de metagenômica. Então, são realizados exames de biologia molecular, que conseguem detectar o RNA viral para que se faça o diagnóstico da doença.
Rapidez
Pesquisadores do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA) desenvolveram um teste que consegue identificar o novo coronavírus de forma bastante rápida: o resultado sai em cerca de 3 horas. A mesma técnica é utilizada em países como a China, Estados Unidos e Alemanha.
Para a segurança dos pesquisadores, o equipamento é altamente tecnológico e automatizado, ou seja, não há contato com o material. Para fazer a análise, o teste extrai o material genético do vírus.
É importante que o país possa contar com essa tecnologia, visto que é preciso agilidade na detecção da doença em casos de epidemias como essa. Na China, por exemplo, em que a situação é mais urgente, os pesquisadores estão testando, inclusive, o uso da inteligência artificial para diagnosticar a infecção. A ideia é que um programa consiga identificar, nas imagens de tomografia computadorizada, sinais da Covid-19.
Qual é o tratamento para o novo coronavírus?
Depois que a doença é confirmada, qual é o melhor tratamento para conter o vírus?
Ainda não existe um medicamento específico nem vacina para o novo coronavírus. Nesse caso, o que os médicos indicam varia de acordo com o estado de saúde e os sintomas apresentados por cada paciente.
Em geral, as recomendações não são muito diferentes dos cuidados no caso de uma gripe forte, como:
- fazer repouso;
- tomar bastante água;
- aliviar os sintomas com remédios para dor e febre (analgésicos e antitérmicos);
- tomar banhos quentes para aliviar a dor de garganta e a tosse.
Para os casos mais graves, em que o paciente apresente pneumonia e síndrome respiratória aguda grave, o acompanhamento deve ser hospitalar.
As pessoas que apresentam melhora nos 7 dias iniciais da manifestação dos sintomas são alertadas sobre uma possível piora do quadro clínico nos próximos dias.
Nessa fase, pode ocorrer febre (em situações de pessoas que não tiveram febre no início), reaparecimento da febre ou sintomas respiratórios, cansaço, taquicardia, dor no peito e falta de ar.
Nova droga para a Covid-19
Médicos chineses começaram a testar um novo medicamento para o tratamento da doença que, inicialmente, parece ter bons resultados, impactando positivamente a evolução da infecção. A droga já é conhecida: a cloroquina, utilizada em casos de malária, teve boa eficácia e se torna uma promessa na luta contra a epidemia.
O ensaio clínico chinês que apontou a eficácia da substância foi realizado em mais de dez hospitais no país. A droga melhora a condição dos pulmões e reduz a duração da doença. A boa notícia é que a cloroquina é um medicamento de baixo custo e seguro, visto que já é utilizado há décadas contra a malária.
Vacina em desenvolvimento
Uma empresa dos Estados Unidos desenvolveu, em tempo recorde (42 dias), uma vacina experimental contra o novo coronavírus, que começará a ser testada em breve. No entanto, todos os testes e processos regulatórios para a aprovação do imunizante podem demorar mais de um ano.
Quais são os riscos do coronavírus?
Será que é preciso mesmo se alarmar diante do novo coronavírus? Em primeiro lugar, é necessário que a população entenda como se dá a transmissão da doença para que possa se prevenir.
Os cuidados também devem ser redobrados pelos profissionais de saúde diante do atendimento de casos suspeitos. Isso porque a doença afeta os pulmões e pode infectar mais pessoas por meio de tosses e espirros.
Entretanto, é necessário destacar que a preocupação é maior com as pessoas com mais de 80 anos, grupo que apresentou maior mortalidade pela infecção na China. Outros grupos de risco são:
- gestantes;
- crianças pequenas;
- pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias;
- diabéticos;
- hipertensos;
- pacientes com câncer.
Uma notícia animadora é que uma pesquisa envolvendo 44 mil pacientes com Covid-19 apontou que 80% dos casos são leves, ou seja, pessoas que não apresentaram pneumonia ou tiveram pneumonia leve.
Já os pacientes severos, que tiveram síndrome respiratória aguda, falta de ar e outros sintomas, mas que não apresentaram mortalidade, foi de 13,8%.
Com base nisso, o que se pode constatar nos meses após a identificação do novo vírus é que ele pode causar desde um simples resfriado até a morte do paciente — mas o índice de mortalidade é bastante baixo, inferior até mesmo ao do vírus Influenza.
Dessa forma, apesar de a propagação da doença ser rápida, não quer dizer que ela sempre causará grandes sequelas. De qualquer maneira, o recomendado é sempre se prevenir. Veja, a seguir, algumas recomendações.
Como prevenir o coronavírus?
Com algumas medidas simples, é possível proteger a saúde da sua família. Acompanhe.
Evite lugares aglomerados
Como a transmissão dessa doença causada por vírus se dá pelo ar, o recomendado é evitar lugares aglomerados, como shoppings ou outros ambientes fechados em horário de muita movimentação.
Caso você utilize transporte público, tente abrir as janelas do veículo para dificultar o contágio.
Lave as mãos com frequência
A principal medida de prevenção é sempre lavar as mãos, em diversas situações:
- após tossir ou espirrar;
- antes de cozinhar;
- antes de se alimentar;
- depois de dar a mão para outra pessoa;
- logo que chegar da rua;
- depois de utilizar o transporte público;
- depois de usar o banheiro;
- após brincar ou encostar em animais.
Dessa forma, você evita, caso tenha contato com alguém ou com algum objeto infectado, de encostar as mãos sujas no nariz, olhos ou boca.
Mas não adianta passar só água: use um bom sabonete e certifique-se de limpar todos os cantinhos da mão, como as áreas entre os dedos, nas unhas e próximas ao punho.
Caso não tenha um banheiro próximo, a higienização pode ser feita com álcool em gel (com pelo menos 60% de álcool em sua composição).
Utilize máscaras descartáveis
Basta acompanhar as notícias sobre o coronavírus na China para ver uma multidão utilizando máscaras descartáveis. O acessório não chega a proteger totalmente a pessoa, mas cria uma barreira importante, sendo mais recomendado em regiões com surto da doença.
Evite o contato com pessoas que apresentam sintomas
Procure manter distância de pessoas que apresentam sintomas de resfriado, como tosse ou coriza, por exemplo. Caso você esteja com esses sintomas, cubra a boca com o braço ao tossir ou espirrar ou utilize um lenço descartável para evitar qualquer propagação de microrganismos pelo ar.
Não toque olhos, boca e nariz sem estar com as mãos lavadas
Mesmo sem perceber, acabamos encostando as mãos nos olhos, boca e nariz: e é aí que mora o perigo. Caso você tenha encostado em alguém doente, por exemplo, pode pegar o vírus também.
Não compartilhe objetos pessoais
Para prevenir essa e outras doenças, a dica é não compartilhar objetos, como pratos, copos, talheres, itens de higiene bucal, toalha de rosto, entre outros.
Caso você e outra pessoa utilizem o mesmo telefone no trabalho, por exemplo, lembre-se de higienizar o aparelho com álcool frequentemente e também de lavar sempre as mãos.
Cozinhe bem carnes e ovos
É necessário ter cuidado extra na hora do preparo dos alimentos, como ovos e carnes, que devem sempre estar bem cozidos para o consumo. Essa precaução é importante, pois pode ocorrer a transmissão do vírus de outros animais para o homem.
Quais são os mitos em relação à doença?
Apesar de o mundo todo estar alerta em relação ao novo coronavírus, é preciso desconfiar de notícias que são disseminadas na internet sobre a doença, principalmente nas redes sociais.
Isso mesmo: há muitas fake news sobre o vírus por aí. Para não se enganar, confira, a seguir, o que é mentira a respeito dessa infecção.
Superdose de vitamina D para prevenção
Essa notícia falsa diz que tomar altas doses de vitamina D aumentaria as defesas do organismo contra essa infecção. Como reforçamos, o melhor método é lavar sempre as mãos e evitar locais muito aglomerados para evitar o contágio.
Suplementação com vitamina D, C ou até com minerais como o zinco não contribuem para que a pessoa fique protegida contra o vírus. Inclusive, é importante que esse tipo de suplemento seja utilizado apenas quando recomendado por um médico.
Chá de erva-doce cura a doença
Nas redes sociais e em aplicativos de mensagens foi disseminado que tomar chá de erva-doce seria eficaz para curar a doença. Entretanto, ainda não há um medicamento específico para o novo coronavírus. Os chás podem até trazer um alívio temporário dos sintomas da gripe, mas não são capazes de curar o paciente.
Coronavírus tem semelhança com o HIV
Há ainda uma fake news que aponta semelhança entre o novo coronavírus e o vírus HIV, insinuando que seria um microrganismo desenvolvido em laboratório. Entretanto, não há nenhuma comprovação científica de qualquer similaridade entre eles. O que se sabe é que o agente causador da Covid-19 é bastante similar ao causador da SARS.
Comprar mercadorias vindas da China é perigoso
Por último, ninguém precisa parar de comprar itens online vindos da China por medo de contaminação, já que o vírus não consegue sobreviver por um longo período fora do organismo humano ou animal. Trata-se de mais uma fake news para alarmar a população.
Agora você já sabe por que é preciso ficar alerta a respeito do novo coronavírus, certo? E, como ainda não se sabe exatamente quais impactos ele pode causar, visto que foi identificado há pouco tempo, a recomendação é não descuidar das medidas preventivas.
Cuidado também com as notícias falsas que circulam por aí: em caso de qualquer dúvida, procure sempre a orientação do seu médico.
Em casos de epidemia como essa, é necessário que as pessoas sejam informadas sobre os riscos da doença. Pensando nisso, compartilhe este post com seus amigos nas redes sociais — assim eles também poderão entender como funciona o contágio desse novo vírus!
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