Os problemas de coração em mulheres são os principais causadores de suas mortes. No Brasil, uma em cada cinco desenvolve doenças cardiovasculares.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essas doenças são responsáveis por 1/3 das mortes femininas por todo o mundo. Isso equivale a 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia — dados que ultrapassam o câncer de mama.
A primeira causa de morte em mulheres é o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O infarto, que acarreta 50% a mais de chances de falecimento para as mulheres, vem em segundo lugar. No Brasil, a cada 10 mortes de infarto, 6 são de mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Achou essas estatísticas preocupantes? Vamos entender mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura!
Por que os problemas de coração são mais frequentes em mulheres?
Um dos fatores é o volume das artérias das mulheres, cujas placas de ateromatose — acúmulo de gordura, cálcio e outros elementos nas paredes das artérias — tendem a fechar mais que as dos homens, tornando-as mais propícias a oclusões arteriais.
Até a menopausa, a mulher tem uma proteção hormonal com relação ao sistema cardiovascular. O estrogênio — hormônio feminino — cumpre essa função ao estimular a dilatação dos vasos, facilitando o fluxo sanguíneo.
Com o avançar da idade e durante o climatério, que é o período de transição da fase reprodutiva para a menopausa, a quantidade desse hormônio diminui, causando o aumento das doenças coronarianas.
Além disso, como, proporcionalmente, a mulher tem a estrutura corporal menor que a do homem, seu coração ejeta menos sangue aos vasos, o que tem como consequência uma pressão arterial mais baixa. Essa é uma diferença física relevante e que deve ser levada em consideração quando comparamos as estatísticas.
Quais são as doenças cardíacas mais comuns em mulheres?
As doenças mais comuns relacionadas ao sistema cardiovascular são:
- arritmia: alteração no ritmo do coração;
- infarto: bloqueio do fluxo sanguíneo;
- arteriosclerose: endurecimento e perda de elasticidade e de espessura das paredes arteriais;
- pressão arterial alta ou baixa: modificação na pressão exercida pelo sangue.
Quais são os fatores de risco?
Os principais fatores que acarretam os problemas de coração em mulheres são os seguintes.
Envelhecimento natural
Como vimos, com a chegada da menopausa, o estrogênio diminui, e as chances de desenvolvimento dessas doenças são maiores, já que a proteção natural que esse hormônio oferece é afetada.
Estilo de vida
Os maus hábitos com relação a alimentação e exercícios físicos influenciam diretamente o corpo. Quando associados a tabagismo e sedentarismo, o risco se torna maior.
Os alimentos que comemos têm a função de nutrir nosso organismo. Quando ingerimos muitos alimentos gordurosos, estimulamos o aumento das placas de ateromatose, o que contribui para o fechamento das artérias.
As atividades físicas equilibram nossos hormônios e gastam o acúmulo de calorias. Quando deixamos de fazer, entramos no perigoso território do sedentarismo, doença muito comum com os confortos da vida moderna e responsável por aumentar os riscos de infarto na população.
Já a nicotina ativa o sistema nervoso, aumentando a pressão arterial. Além disso, ela reduz a oferta de oxigênio no sangue. Portanto, manter o tabagismo por muito tempo leva a complicações mais agressivas, quando associado aos maus hábitos já citados.
Obesidade
A obesidade está muito relacionada a uma alimentação desequilibrada. Esse é um dos fatores mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos.
Estresse
Uma rotina agitada e o excesso de funções que as mulheres vêm acumulando contribuem para o aumento do estresse. Quando esse fator é ativado, a produção de glóbulos brancos cresce. Essa quantidade excedente acaba se acumulando nas paredes arteriais, o que leva ao surgimento de coágulos, reduzindo o fluxo sanguíneo.
Diabetes descontrolada
Levando em consideração a diabetes tipo II — frequente em pessoas que têm um estilo de vida menos saudável —, ela potencializa riscos como a pressão arterial alta e o colesterol elevado.
Colesterol
O colesterol é um tipo de gordura presente no corpo. Seus níveis mostram o funcionamento do nosso organismo com relação à produção de hormônios e vitamina D. Quando alterados, sobrecarregam os órgãos, causando doenças cardiovasculares como o infarto.
Anticoncepcional
Estudos apontam que um dos efeitos colaterais do anticoncepcional é o aumento do colesterol em mulheres predispostas a desenvolver essa doença. Isso acontece porque o medicamento é fabricado à base de estrógeno e progesterona.
Como evitar problemas de coração nas mulheres?
Os problemas no coração podem ser evitados mantendo uma qualidade de vida equilibrada. Acompanhe, a seguir, alguns hábitos que podem ser alterados.
Cuidar da alimentação
Manter uma alimentação mais natural pode ajudar a equilibrar os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo. Entre os alimentos que contribuem para um coração mais saudável, estão: azeite de oliva, alho, linhaça, frutas vermelhas, aveia e tomate.
Praticar atividades físicas
O exercício físico mantém o corpo em movimento e estimula a produção de hormônios benéficos à saúde. Portanto, reserve um tempo para uma caminhada, corrida e outras atividades aeróbicas.
Evitar o estresse
Sabemos que, com a correria do dia a dia, não conseguimos controlar esse fator muito bem. Porém, é possível avaliar o grau de importância de determinadas atividades corriqueiras e eliminá-las ou distribuí-las aos residentes da casa. Dessa forma, há um equilíbrio nas tarefas.
Fazer exames regularmente
O check-up anual é um grande aliado para tratar doenças precocemente. Os exames cardiovasculares são solicitados pelos médicos cardiologistas. Junto a eles, o profissional avaliará seu histórico e, caso seja necessário, indicará um tratamento adequado.
Os problemas de coração em mulheres merecem atenção. Como vimos, a taxa de mortalidade relacionada a essas doenças é muito alta, e a mudança de hábitos e a conscientização de fazer exames anuais com um médico cardiologista são fundamentais para a prevenção, além de serem um autocuidado valioso com o nosso corpo.
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