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02 de Abril é a data estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 para o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.
A data é extremamente importante para a popularização e o conhecimento sobre o tema, o que tomou ainda mais força com o Abril Azul.
Por conta disso, nesse artigo, vamos te falar mais sobre essa data e sua importância:
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo
A data em questão foi escolhida com o objetivo principal de despertar a população para um tema pertinente e que requer maior amplitude e conhecimento.
Atualmente, o Brasil apresenta uma ausência de informações e dados atualizados sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estima-se que hoje em dia pode-se haver cerca de 6 milhões de autista, com algum grau de autismo, no país.
Dados mais recentes coletados pelo Censo Escolar 2023 mostram que há cerca de 636 mil alunos com autismo no Brasil, número que só tende a crescer.
O número de alunos com autismo matriculados nas escolas do Brasil cresceu 48%. O dado mais recente do CDC mostra que o número de crianças autistas é de 1 em cada 36 crianças aos 8 anos, sendo que em 2018 a estimativa era de 1 em 44 crianças.
É muito importante que o diagnóstico desse distúrbio do neurodesenvolvimento seja feito nos primeiros meses ou aninhos da criança, possibilitando o acompanhamento multidisciplinar adequado e adequações que possibilitem o desenvolvimento autônomo da criança e sua qualidade de vida.
Autismo, o que é?
Como vimos, o autismo, como popularmente é chamado o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que é capaz de comprometer as habilidades de comunicação e comportamentais do indivíduo.
Os sinais de alerta da condição podem ser percebidos já nos primeiros meses de vida da criança, devendo a criança ser levada para o primeiro contato de um acompanhamento com um neuropediatra ou terapeuta. O diagnóstico pode ser estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade.
O autismo possui 3 graus, que se caracterizam por manifestações comportamentais, déficits na comunicação e interação com as pessoas, desenvolvimento atípico, comportamentos repetitivos e estereotipados que seguem determinado padrão, além de um conjunto de atividades e interesses singulares.
É importante ressaltar a importância da identificação precoce do autismo já que por meio do diagnóstico oportuno é possível haver o encaminhamento a intervenções comportamentais e ao apoio educacional necessário. É por meio desse acompanhamento que é possível perceber melhores resultados a longo prazo, tendo em vista a neuroplasticidade cerebral.
Sintomas do autismo
Os sintomas do autismo são bem característicos, o que pode permitir que por meio de uma observação cotidiana seja possível perceber facilmente se há ou não possibilidade de algum possível grau do distúrbio.
Entre os principais sintomas do distúrbio estão:
- Dificuldade de estabelecer interações sociais e manter conversas;
- Desconforto em se relacionar com novas pessoas;
- Não conseguir manter contato visual;
- Dificuldade em identificar expressões faciais e compreender gestos comunicativos;
- Dificuldade de expressar as próprias emoções, ideias e sentimentos;
- Mudanças comportamentais;
- Dificuldade em sair da rotina;
- Apego a objetos;
- Realização de movimentos repetitivos, como balançar para frente e para trás e estalar os dedos;
- Não manter o sorriso social;
- Não atender quando chamado pelo nome;
- Não busca chamar atenção;
- Não demonstra interesses aos pais;
- Preferir brincar sozinho;
- Dificuldade em imitar gestos e vocalizações;
- Dificuldade de imaginação.
Quais são os níveis de autismo?
O DSM (Manual diagnóstico e Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais) estabeleceu níveis de intensidade no autismo que ajudam a entender o nível de desenvolvimento e as dificuldades que podem vir a comprometer a qualidade de vida.
São 3 níveis característicos, conheça quais são e suas principais particularidades:
O primeiro nível estabelecido é o nível 1 de suporte, que possui um “grau mais leve” do distúrbio, apresentando um grau de desenvolvimento e adaptações melhores que os demais, necessitando um menor nível de suporte de vivência em relação aos demais.
As pessoas com nível 1 de autismo podem ser capazes de se comunicar verbalmente e de ter alguns relacionamentos, contudo, ainda apresentam dificuldade em manter uma conversa, assim como fazer e manter amigos.
Pessoas autistas desse nível tendem a preferir seguir rotinas e se sentirem desconfortáveis com mudanças e eventos imprevisíveis. Preferem fazer as coisas da sua maneira.
Já as pessoas de nível 2 do autismo, são consideradas aquelas com grau moderado do transtorno, necessitando de um suporte a mais em relação ao nível 1 de suporte. Pessoas com esse nível de autismo possuem mais dificuldades em interagir socialmente, podendo ou não se comunicarem verbalmente em certos momentos, na maioria das vezes mantendo conversas curtas por conta do desconforto.
Tendem a precisar de suporte para participarem de atividades sociais, já que a ausência de contato visual e de habilidade de expressar emoções é mais gritante. Possuem a necessidade de manter rotinas e quando interrompidos tendem a ficar muito desconfortáveis.
Por fim, pessoas do nível 3, conhecidas pelo autismo severo, tendem a requererem de ainda mais suporte do que as de demais níveis, considerando justamente a maior percepção do distúrbio e de suas consequências.
Considerado como autismo severo, requerem muito apoio das pessoas de sua convivência, tal como do entendimento e colaboração dos ambientes frequentados.
Pessoas com autismo severo requerem uma maior dificuldade em se comunicarem e de estabelecerem habilidades sociais, o que faz com que possuam prejuízos que vão além das atividades do cotidiano.
A raridade no uso de palavras orais é ainda maior aqui, normalmente apresentando muita ou pouca sensibilidade a estímulos sensoriais, além de apresentarem comportamentos restritivos e repetitivos.
Tendem a apresentar um perfil comportamental inflexível, o que pode a levar a se isolarem socialmente na ausência de estímulos e por não saberem se adaptar às mudanças.
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Importância do Dia Mundial da Conscientização do Autismo
É muito importante entender a dimensão do Dia Mundial da Conscientização do Autismo buscando justamente aumentar a conscientização em relação aos aspectos do TEA.
Vale entender que pessoas autistas possuem muita dificuldade em ver os seus direitos e limitações sendo respeitados, além de que pessoas de nível 1 podem até mesmo ver seus direitos sendo menosprezados pela justificativa de terem um grau mais leve e não necessitarem de tanto suporte.
Em 2012 foi instituída a Lei nº 12.764/2012 a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, estabelecendo regimentos para aplicações e estabelecendo o autismo como uma deficiência para todos os efeitos legais.
Com isso, a campanha também busca a conscientização da sociedade sobre os direitos que englobam essa deficiência.
Uma vez que é algo que não possui cura, o tratamento é buscando estimular o desenvolvimento da melhor maneira possível, havendo a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar, com o ponto de vista médico, psicológico, pedagogo, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
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