Mãos segurando fita vermelha, símbolo do Dezembro Vermelho Mãos segurando fita vermelha, símbolo do Dezembro Vermelho

Aids: sintomas, tratamentos e panorama da doença no Brasil!

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Uma fita vermelha: este é símbolo da campanha Dezembro Vermelho, que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção da Aids e do tratamento precoce da doença, que aumenta a sobrevida de pacientes.

Quer entender os números da Aids no Brasil, como é feito o tratamento, os resultados de pesquisas sobre a cura e a necessidade dos cuidados de prevenção? Então, acompanhe o texto até o final e se informe sobre o assunto!

Aids, o que é?

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a Aids, é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), vírus que ataca o sistema imunológico. O sistema imunológico de nosso organismo, por sua vez, é o responsável por defendê-lo de doenças.

O vírus HIV é um retrovírus pertencente à subfamília dos Lentiviridae e uma vez contaminado, o indivíduo acomete de uma Infecção Sexualmente Transmissível. No organismo, o vírus irá fazer alterações no DNA da célula, além de fazer cópias de si mesmo.

No entanto, deve-se atentar que adquirir o HIV não é sinônimo de ter aids, já que, mesmo infectado pelo vírus, o indivíduo pode ficar anos sem manifestar a doença. Dizemos que a pessoa possui Aids quando se percebe o sistema imunológico enfraquecido por conta da síndrome.

Como surgiu a Aids?

Até então, os cientistas acreditam que a Aids surgiu a partir de um tipo de vírus da imunodeficiência, conhecido como vírus da imunodeficiência símia (SIV), transmitido pelos chimpanzés. 

Ao transmiti-lo para o ser humano, durante meados do século XIX, o vírus se transformou em HIV. Tudo isso ocorreu em razão dos humanos se alimentarem da carne do animal, contagiando-se com o sangue infectado e espalhando a doença à medida em que o tempo passava.

Qual a diferença entre HIV e Aids?

O HIV é uma sigla para Vírus da Imunodeficiência Humana, que corresponde ao responsável por provocar o surgimento da Aids. Como você viu, a doença possui a capacidade de atingir algumas células do sistema imunológico, chamadas de linfócitos T-CD4+.  

Tendo em vista que essas células servem como uma barreira de proteção para que o organismo fique longe de doenças, o corpo de um paciente afetado não consegue responder bem às agressões externas. Até porque, o corpo humano não é capaz de retirar o HIV do organismo, assim como acontece com outros tipos de vírus. 

Além de que, o fato de ter HIV não quer dizer ao pé da letra que uma pessoa terá Aids. No entanto, a partir do momento em que é infectada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, viverá com ele durante toda a vida. 

Panorama no Brasil

A Aids — Síndrome da Imunodeficiência Adquirida — é uma doença decorrente da infecção do vírus HIV que ataca o sistema de defesa do organismo. Seu principal alvo são as células de defesa denominadas de linfócitos T-CD4+.

O Brasil, apesar de suas políticas públicas para combater o vírus HIV, não registrou resultados positivos de 2010 a 2018 em relação à doença. Enquanto no mundo houve queda de 16% no número de novos casos de Aids no período, no país registrou-se um aumento de 21% ao longo desses oito anos — de 44 mil novos casos em 2010 para 53 mil em 2018.

O crescimento de infecções no país colaborou para o aumento de 7% dos casos na América Latina no período, mesmo com os bons resultados de países como a Colômbia (-22%) e El Salvador (-48%). As informações são da Unaids, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada na doença.

Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 2007 a junho de 2018, a maioria das infecções pelo HIV foi entre pessoas com 20 a 34 anos (52,6% dos casos). De 1980 a junho de 2018, foram detectados 926.742 casos de Aids no Brasil, sendo 606.936 (65,5%) em homens e 319.682 (34,5%) em mulheres.

Ilustração 3D de células do vírus HIV na corrente sanguínea

Sintomas da Aids

Se você já se fez a pergunta “como saber se tenho Aids?”, é importante entender que existem alguns sinais que podem indicar a existência da condição. Mas, de qualquer forma, a melhor maneira de descobrir se você está enfrentando essa doença consiste na busca por um profissional de saúde. 

Para ficar ainda mais fácil a identificação precoce, é importante se atentar quanto aos sintomas característicos da doença, são eles:

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Diarreia;
  • Emagrecimento;
  • Suor noturno;
  • Aparecimento contínuo de doenças oportunistas.

1. Febre 

A febre é um dos primeiros sintomas da Aids no corpo humano, o que leva o paciente a pensar erradamente que está enfrentando outras doenças. Basicamente, esse sintoma é caracterizado pelo aumento anormal do corpo, que indica que algo está errado com a saúde.   

2. Mal-estar

Assim como a febre, o mal-estar é um dos primeiros incômodos que a Aids provoca no corpo de um paciente. É exatamente por isso que uma pessoa infectada se engana ao pensar que está enfrentando uma gripe ou um resfriado, por exemplo. 

3. Diarreia

Uma pessoa vivendo com HIV pode apresentar episódios de diarreia durante todo o seu curso de infecção, seja durante o surgimento dos primeiros sinais ou posteriormente como um tipo de desnutrição, o que indica que a imunodeficiência já está progredindo. 

4. Emagrecimento

Além disso, uma pessoa vivendo com HIV também pode passar por um processo de emagrecimento, levando em consideração que níveis altos de HIV no sangue podem fazer com que o apetite seja perdido, além de prejudicar o sabor dos alimentos.

Mas, não é só o sabor que costuma ser afetado. Até porque, o corpo passa a ter dificuldade para absorver os alimentos de modo adequado. Sem contar que, o gasto energético é muito mais elevado. 

5. Suor noturno

Também conhecido como sudorese noturna, o suor noturno é caracterizado por uma transpiração exacerbada durante o período noturno. Esse sintoma pode ser causado por um fator adjacente, como é o caso da AIDS. Na maior parte das vezes, costuma ser um indicativo de que o estado imunológico está piorando. 

6. Aparecimento contínuo de doenças oportunistas

O aparecimento contínuo de doenças oportunistas acontece por conta do sistema imunológico prejudicado. Alguns exemplos de condições manifestadas a partir dessa piora do quadro imunológico são: tuberculose, pneumonia, candidíase e certos tipos de tumores.

Quais são os estágios do HIV?

A infecção por HIV pode ser identificada em diferentes fases evolutivas até o desenvolvimento da aids, sendo importante entender as particularidades de cada uma.

Vale considerar que o contágio e o desenvolvimento da aids pode ser de até 10 anos, podendo o tempo ser reduzido em algumas pessoas.

Entenda cada uma de suas fases evolutivas:

  • Infecção aguda;
  • Fase de latência;
  • Fase sintomática.

1. Infecção aguda

A infecção aguda é como se chama as primeiras semanas de infecção pelo HIV, sendo a etapa em que uma grande quantidade de vírus é gerada, levando a diminuição das células CD4 no organismo.

Segunda a UNAIDS, quando o número das células CD4 cai abaixo de 200 células por milímetro cúbico de sangue (200 células/mm3), já é possível considerar a aids. Em condições normais, a contagem das células CD4 fica entre 500 e 1600 células/mm3.

O período de incubação do vírus é de 3 a 6 semanas, período de exposição do vírus até que haja o início dos primeiros sintomas da doença. Nesse contexto, vale considerar que o organismo leva de 8 a 12 semanas após o contágio infeccioso para começar a produzir anticorpos anti-HIV.

Em meio a infecção aguda, a pessoa pode apresentar manifestações clínicas que são chamadas de Síndrome Retroviral Aguda (SRA). Entre as manifestações características dessa fase estão: náuseas, vômitos, gânglios linfáticos e perda de peso. Esses sintomas tendem a desaparecer após um período de 4 semanas, sendo normalmente confundidos com outras doenças virais mais corriqueiras.

Já ao final dessa fase, é possível observar um aumento das células CD4, no entanto, a quantidade dessas células nunca voltará a ser a mesma antes do contágio.

2. Fase de latência

Em meio a fase de latência, a pessoa não apresenta manifestações clínicas visíveis. No entanto, pode-se perceber os aumentos dos gânglios linfáticos.

Nessa fase, por meio de exames laboratoriais é possível identificar anemia e leucopenia por conta da quantidade baixa de linfócitos. Também é possível perceber níveis baixos de HIV, com essas características podendo permanecer por anos.

3. Fase sintomática

Com a progressão da infecção, certos sintomas começam a surgir, e na fase sintomática é possível identificar sintomas como febre baixa, diarreia crônica, sudorese noturna, infecções bacterianas e candidíase oral.

mulher apoiando a prevenção da Aids segurando a fita vermelha símbolo da campanha

Como é a transmissão do HIV?

Muitas pessoas possuem dúvidas sobre como a Aids é transmitida, visando evitar essa possibilidade. Portanto, é normal nos depararmos frequentemente com a seguinte pergunta: como se pega aids?

A transmissão do HIV ocorre por meio do contato sexual de todos os tipos, seja vaginal, anal e até mesmo oral, com pessoas soropositivas sem a devida proteção (sem camisinha) A transmissão também pode acontecer de forma vertical; de mãe para filho, que pode ser pela gravidez, parto ou amamentação.

Por fim, contato com sangue contaminado e o compartilhamento de objetos de perfuro com soropositivos também estão por trás da contaminação.

Indivíduos soropositivos (que possuem o vírus HIV) que realizam o tratamento correto com antirretrovirais prescritos pelo médico, não são capazes de transmiti-lo pelas relações sexuais. No entanto, para que isso seja confirmado, é necessário que o vírus esteja indetectável nos exames por no mínimo seis meses.

Como é feito o diagnóstico da Aids?

O diagnóstico da infecção pelo HIV é possível por meio da realização de exames laboratoriais específicos que fazem o uso do sangue ou fluido oral do paciente.

Por meio deles, é possível fazer a detecção de anticorpos agindo contra o vírus, podendo ainda haver a detecção do próprio vírus e de suas partículas. No entanto, as técnicas mais usadas se baseiam na detecção de anticorpos contra o vírus.

Para que seja feito um exame de sangue capaz de detectar o vírus é necessário esperar ao menos 30 dias. É possível ainda se submeter a testes rápidos que podem ser feitos em qualquer tipo de unidade de saúde.

Tratamentos para Aids

O coquetel de medicamentos para o tratamento da Aids só começou a ser prescrito para os pacientes em 1995. A associação de diferentes fármacos, como o AZT, trouxe uma nova perspectiva em relação à doença, que deixou de ser vista como fatal e passou a ser uma enfermidade, que mesmo sem cura, é controlável.

Atualmente, as pessoas convivem longos períodos com a doença, vivendo bem, apesar de alguns efeitos colaterais do tratamento, como tonturas, diarreias e enjoos. A toxicidade da medicação também pode trazer riscos para os rins e para o fígado.

A medicação recomendada para os pacientes se resume a um único comprimido, que é a combinação de 3 fármacos. Se houver efeitos adversos ou alguma contraindicação, existe a opção de outros antirretrovirais, mas, nesse caso, a prescrição varia de acordo com cada paciente.

Quando se fala em tratamento de Aids, é fundamental a disciplina do paciente, que não pode interromper o uso das medicações e deve tomá-las de acordo com os intervalos prescritos pelo médico.

Aumento da sobrevida

No Brasil, o tratamento da Aids vem apresentando bons resultados com um aumento de sobrevida dos pacientes. O Estudo de Abrangência Nacional de Sobrevida e Mortalidade de Pacientes com Aids no Brasil, do Ministério da Saúde, constatou que 70% dos adultos e 87% das crianças tiveram sobrevida que ultrapassou os 12 anos. Antes das políticas de combate à doença, a sobrevida era de 5 anos.

Cura da doença

Afinal, a Aids tem cura?

Há relatos da possível cura de um homem que vivia com o HIV. Pesquisadores da University College London e do Imperial College London trataram, em 2016, um linfoma de Hodgkin usando transplantes de células-tronco de um doador que tinha uma mutação genética rara. Eles relatam que o HIV se manteve indetectável no paciente desde que ele parou de tomar os medicamentos antirretrovirais.

Segundo a Unaids, transplantes de células-tronco são complexos, intensivos e caros, não sendo ainda uma maneira viável de curar pessoas que vivem com o HIV. Todavia, o caso mostrado apresenta um caminho interessante para os cientistas que trabalham nessa questão.

Pesquisa de universidade brasileira

Uma pesquisa que pode ter resultados promissores acontece no Brasil, na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde estão em andamento dois estudos. Um deles utiliza medicamentos e substâncias que matam o vírus HIV no momento da replicação e acabam com as células em que ele fica adormecido (latência). A outra frente desenvolve uma vacina que leva o sistema de defesa a reagir e eliminar as células infectadas que o medicamento não é capaz de alcançar.

Pai dando a filho camisinha para que ele possa prevenir doenças sexualmente transmissíveis

Prevenção ainda é a melhor saída

Apesar dos bons resultados dos tratamentos contra o vírus HIV e das pesquisas que têm como objetivo encontrar a cura da doença, é indispensável que sejam tomadas todas as medidas de prevenção, principalmente entre os jovens. Muitos não temem a doença, pois não viveram a época (entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990) em que havia muitos casos da doença e tratamentos pouco efetivos.

É necessário que haja a conscientização sobre a importância de usar camisinha e de tomar outros cuidados, como evitar o compartilhamento de seringas ou de instrumentos que furam ou cortam que não estejam esterilizados.

Nesse contexto, é importante, também, combater o preconceito com os pacientes soropositivos, uma vez que a doença não é transmitida por meio da pele, beijo, suor nem ao menos pelo ar — muitas pessoas ainda pensam que essas formas de contaminação são possíveis.

Teste anti-HIV

Pessoas que passaram por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido, devem fazer o teste anti-HIV o quanto antes. O exame é muito simples: é realizado com a coleta de sangue ou fluido oral e o resultado sai em apenas 30 minutos. Em caso positivo, é possível começar o tratamento imediatamente, o que vai aumentar a expectativa de vida do paciente.

É essencial conhecer o panorama da Aids no Brasil e como é feito o tratamento. Afinal, quanto mais informação houver, mais a população poderá se conscientizar sobre a necessidade de se prevenir do vírus HIV, reduzindo, assim, os novos casos da doença.

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