O Papanicolau, também chamado de preventivo, é nada mais nada menos do que um exame feito para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. O câncer cervical é um dos tumores malignos mais comuns entre mulheres de todo mundo, surgindo a necessidade de ser diagnosticado de forma precoce.
Além da realização do Papanicolau, os exames ginecológicos em geral são extremamente importantes para a manutenção da saúde da mulher como um todo, tendo em vista que previne e diagnostica alterações no aparelho reprodutor feminino e nas mamas.
Por esse motivo, todos os profissionais de saúde ressaltam a importância de fazê-los de maneira regular. À vista disso, não é recomendado dispensar esse cuidado em hipótese nenhuma.
Confira mais neste artigo o que é exame Papanicolau, quais doenças detecta, como funciona, como é feito e quando fazer:
O que é Papanicolau?
Popularmente conhecido como preventivo, o Papanicolau é um exame de citologia vertical que faz a análise das células da região do colo uterino para auxiliar na identificação do câncer do colo do útero. Ele também ajuda a identificar infecções que surgem na região íntima.
Para isso, o profissional de ginecologia colhe material do colo uterino por meio de uma raspagem. A realização do método é fundamental para prevenir complicações desencadeadas por irregularidades que atrapalham o bom estado da saúde feminina.
Para fazer o Papanicolau é preciso que a mulher tenha 25 anos de idade ou mais. É indicado que o preventivo continue sendo realizado até os 64. Lembrando que, a recomendação é exclusiva para pacientes que já iniciaram a vida sexual.
Normalmente, as células são inseridas em uma lâmina de vidro para serem encaminhadas para um ambiente laboratorial. No laboratório, o especialista verifica se existe algum tipo de alteração que indique problemas ginecológicos.
Caso as células estejam alteradas, podem demonstrar mudanças em sua quantidade, forma e tonalidade, por exemplo. Com isso, é possível ver se a célula está em condições normais ou enfrentando anormalidades. No último caso, ela pode ser pré-neoplásica ou neoplásica.
O exame Papanicolau detecta quais doenças?
Ao se perguntar para que serve o Papanicolau, logo associamos à detenção do câncer do colo do útero. Mas, também é possível que o exame sirva de auxílio para o diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis.
Por esse motivo, profissionais da área da ginecologia ressaltam que esse mecanismo não deve ser usado de maneira isolada para identificar algum tipo de IST. Caso haja suspeitas, exames complementares de diagnóstico devem ser realizados.
A seguir, confira quais doenças podem ser detectadas pelo Papanicolau:
- Câncer do colo do útero;
- Vírus do papiloma humano;
- Clamídia;
- Candidíase;
- Sífilis;
- Gonorreia;
- Tricomoníase.
1. Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero ou câncer cervical é um dos tumores malignos mais frequentes entre as mulheres. Normalmente, não apresenta sintomas durante os estágios iniciais. Ele pode demorar um considerável espaço de tempo para se desenvolver.
No entanto, é importante obter o diagnóstico de forma precoce. Quando a mulher espera a manifestação dos sintomas, acaba descobrindo a doença de forma tardia, o que é extremamente perigoso.
Os sintomas mais comuns da condição consistem em dor na parte inferior das costas, dor pélvica, dor durante a relação sexual, presença de sangue e secreção espontânea e problemas urinários e/ou intestinais. Também é possível que a mulher observe um aumento do fluxo menstrual.
Alguns tipos de vírus do papiloma humano (HPV) podem ter relação com o câncer, o que evidencia a importância de realizar o exame Papanicolau. Como falamos anteriormente, é possível identificar lesões precursoras dos tumores.
2. Vírus do papiloma humano
Muitas pessoas se questionam sobre o que aparece no Papanicolau quando tem HPV, tendo em vista que esse exame é capaz de identificar as lesões causadas no colo do útero por esses vírus.
Essa infecção pode infectar a pele e as mucosas que revestem determinadas áreas do corpo da mulher. Geralmente, uma paciente pode desconfiar que está com esse problema a partir do momento em que observa a presença de verrugas de tamanhos distintos. Elas costumam ser acompanhadas de dor, coceira e ardência.
3. Clamídia
A clamídia é uma infecção sexualmente transmissíveis acarretada por uma bactéria chamada de Chlamydia trachomatis que pode infectar mulheres que não usam preservativos durante relações sexuais.
Grande parte das vezes, ela também é caracterizada pela ausência de sintomas. Por isso, muitas pacientes demoram para obter o diagnóstico, o que acaba sendo extremamente prejudicial para a saúde ginecológica.
Quando os sinais aparecem, apresentam corrimento de cor clara, coceira moderada ou intensa, sangramento espontâneo, dor no baixo ventre, menstruação irregular, dor durante a relação sexual e febre.
A doença também pode ser diagnosticada por meio de exames complementares de diagnóstico. É por essa razão que as visitas ginecológicas devem ser levadas em consideração.
4. Candidíase
Os sintomas da candidíase são bastante característicos, incluindo coceira, corrimento vaginal, ardência na vulva, inchaço nos grandes lábios, sensação de queimação, vermelhidão, dor na região íntima e desconforto ao urinar.
Ela é desencadeada pela manifestação exacerbada dos fungos Candida, mas também pode conter relação com declínio da imunidade, uso de determinados medicamentos (antibióticos, anticoncepcionais, imunossupressores e corticoides), gestação, diabetes e processos alérgicos. A condição também pode estar associada com o vírus do papiloma humano.
5. Sífilis
A sífilis corresponde a uma infecção sexualmente transmissível provocada pela bactéria Treponema pallidum. Quando uma mulher é infectada por esse agente, começa a levar queixas nos consultórios ginecológicos a respeito de úlceras na região íntima, ínguas nas virilhas e erupções na pele.
Assim como as doenças citadas anteriormente, essa condição também é assintomática durante as fases iniciais. Com isso se torna bastante perigosa, visto que pode se proliferar por todo o organismo.
Durante a consulta com o ginecologista, é possível que o profissional solicite exames sorológicos, como é o caso do teste VDRL ou teste de FTA-ABS.
6. Gonorreia
A gonorreia é uma das infecções ginecológicas que são comumente transmitidas por meio da relação sexual desprotegida. Uma mulher infectada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae tende a ter sintomas como dores pélvicas, dor na parte inferior do abdômen, corrimento vaginal, dor durante a micção e dificuldade para controlar a bexiga.
É por essa razão que pacientes costumam relatar inflamação da uretra, chamada de uretrite. Inclusive, o agente infeccioso se dissemina com muita facilidade em áreas quentes e úmidas do aparelho reprodutivo, como colo uterino, útero e trompas de falópio
7. Tricomoníase
A Tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível desencadeada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis. Ela é uma das doenças ginecológicas que mais prevalecem no mundo.
Normalmente, desencadeia sintomas como dor ao urinar, corrimento vaginal amarelado, febre, odor na região íntima, edema e vermelhidão na vulva e dor durante a relação sexual. A doença pode ser confirmada por exames laboratoriais, os quais devem ser solicitados por um profissional de ginecologia.
Como funciona o preparo?
Quando nos referimos à importância de realizar o preventivo, é comum observar mulheres fazendo perguntas como: pode fazer Papanicolau menstruada? Grávida pode fazer Papanicolau? Tive relação e fiz o Papanicolau e agora?
No caso de mulheres grávidas, os ginecologistas recomendam esperar até o 4º mês do período gestacional. Enquanto isso, as mulheres que deram à luz recentemente precisam aguardar de 6 a 8 semanas.
Fora isso, os profissionais podem indicar os seguintes cuidados:
- Não ter relações sexuais (mesmo com camisinha);
- Evitar uso de duchas na região íntima;
- Evitar usar lubrificantes ou anticoncepcionais locais;
- Não realizar o preventivo menstruada.
Como é feito o Papanicolau?
Uma dúvida comum entre as pacientes é como o Papanicolau é feito. Antes de ser feito o exame Papanicolau, o ginecologista entrega para o paciente uma bata. A bata nada mais é do que uma roupa hospitalar que exerce bastante praticidade e conforto. Ela é ideal para pessoas que irão passar por determinados procedimentos ou exames, como é o caso do preventivo.
Nesse caso, o procedimento não exige nenhum tipo de complexidade. Inclusive, ele pode ser concluído em apenas 5 minutos. Para dar início, é preciso que a mulher esteja deitada na posição ginecológica. Ou seja, é necessário que ela esteja com as pernas elevadas e apoiadas em um suporte.
Então, o médico ginecologista verifica se há algum tipo de anormalidade na parte externa da região íntima. Logo, faz a mesma coisa na parte interna. Depois disso, é utilizado um instrumento que se chama espéculo mas é mais conhecido como “bico de pato”.
A sua função é fazer com que o profissional consiga visualizar o canal vaginal de maneira mais profunda, observando o colo uterino minuciosamente. Posteriormente, usa uma espátula e uma escova para colher o material e inseri-lo em uma lâmina com substância aderente.
É normal que algumas pacientes notem a presença de sangramento depois dessa etapa. Contudo, não é preciso pensar que algo está errado. Esse surgimento é comum e esperado. No ambiente laboratorial, o material é analisado de uma forma muito detalhada.
Depois que o exame acaba, é possível que as mulheres retornem às atividades cotidianas normalmente. A boa notícia é que, depois de finalizado, obtém-se a prevenção de alterações severas no estado geral de saúde.
O Papanicolau dói?
Raramente encontramos uma pessoa falando “o Papanicolau me machucou” ou que o Papanicolau dói. O motivo disso é que o exame preventivo costuma ser indolor. Por essa razão, não há motivos para deixar a realização de lado.
Tanto que, o preventivo é bastante rápido e não exige grande parte do dia da paciente. Afinal, o procedimento é concluído em apenas cinco minutos. Portanto, é possível perceber a tamanha praticidade que ele engloba.
No entanto, é normal que as pacientes sintam um pequeno desconforto durante o momento em que o profissional de ginecologia insere o espéculo e colhe o material. Mas, esse incômodo não demora a passar.
A coleta de Papanicolau se é capaz de provocar dor quando a mulher já possui algum tipo de doença. Quando isso acontece, o especialista começa a levantar suspeitas de que há algo de errado.
Papanicolau, quando fazer?
A periodicidade do Papanicolau depende dos resultados do Papanicolau. Por exemplo, se uma pessoa apresenta resultado negativo para câncer, o procedimento pode ser realizado novamente depois de um ano. Caso seja apresentado negativo de novo, o preventivo posterior pode ser realizado a cada três anos.
No caso de lesão de baixo grau, a periodicidade deve ser mantida de maneira mais rígida. Ou seja, o procedimento precisa ser repetido em um espaço de tempo menor, que costuma ser a cada seis meses.
Nas situações em que a mulher apresenta lesões de alto grau, o profissional de ginecologia verifica qual a melhor alternativa a ser seguida, de modo a determinar o tratamento mais adequado. Também é possível que sejam solicitados exames complementares de diagnóstico, como é o caso da colposcopia.
Nos casos em que a amostra é insuficiente para análise, é preciso que o Papanicolau seja feito o mais rápido possível. É válido ressaltar que esse cuidado deve ser exercido por profissionais que tenham experiência e conhecimento a respeito do preventivo e das possíveis alterações.
Até porque, cada mulher apresenta uma característica diferente. Sendo assim, cada situação deve ser avaliada de forma individual e personalizada, visando chegar até uma melhoria da qualidade de vida.
Exames ginecológicos essenciais para a saúde da mulher
Além do exame Papanicolau, essencial para a detecção precoce do câncer de colo do útero, existem outros exames ginecológicos importantes que ajudam a garantir a saúde da mulher.
A consulta ginecológica regular permite que o profissional identifique qual exame é mais adequado para cada necessidade, promovendo diagnósticos e tratamentos eficazes. Veja alguns dos principais exames:
- Exame Clínico Ginecológico: Realizado durante a consulta, permite ao médico avaliar a saúde das mamas e da região pélvica. Durante o exame pélvico, ele verifica a posição e possíveis alterações em órgãos como útero, ovários e trompas.
- Exame de Sangue: Comumente solicitado para identificar infecções sexualmente transmissíveis e alterações hormonais, sendo um complemento importante nas consultas ginecológicas.
- Ultrassonografia Transvaginal: Indicada para examinar detalhadamente órgãos internos, como o útero e os ovários, é útil na investigação de possíveis alterações e patologias ginecológicas.
- Colposcopia e Vulvoscopia: Esses exames auxiliam na avaliação de lesões benignas, pré-malignas e malignas no colo do útero e na vulva, complementando o diagnóstico do Papanicolau quando necessário.
- Mamografia e Ultrassonografia das Mamas: Embora a mamografia não seja diretamente um exame ginecológico, ela é fundamental para o rastreamento do câncer de mama em mulheres acima de 40 anos. A ultrassonografia das mamas é indicada para avaliar nódulos e cistos mamários.
Onde fazer o Papanicolau e demais exames ginecológicos?
O Papanicolau pode ser feito tanto em postos ou unidades de saúde que contenham profissionais experientes e capacitados para a realização. De todo modo, é importante que as consultas com o ginecologista não sejam dispensadas.
Como você viu ao longo do artigo, o médico possui um papel crucial na identificação do câncer do útero, vírus do papiloma humano, clamídia, candidíase, sífilis, gonorreia e tricomoníase. Em alguns casos, é necessário que o parceiro da mulher também procure realizar exames complementares de diagnóstico.
Desse modo, a paciente consegue trabalhar na manutenção da saúde ginecológica como um todo, prevenindo que novas alterações surjam no futuro. Mesmo depois da menopausa é fundamental manter esse cuidado, tendo em vista que alguns procedimentos possuem uma vasta importância durante essa etapa.
Enquanto o Ministério da Saúde recomenda que o Papanicolau seja feito até os 65 anos de idade, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aconselha a realização até os 70.
Manter as consultas e os exames ginecológicos em dia é fundamental para a saúde e o bem-estar da mulher, prevenindo complicações futuras. Se você ainda não realizou o exame Papanicolau ou precisa fazer um dos procedimentos mencionados, agende sua consulta em uma das clínicas da AmorSaúde. Nossa equipe está preparada para oferecer o cuidado e a atenção que você merece!
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