Antes conhecida como lepra, a hanseníase é uma das doenças mais antigas e que permanece contaminando muitas pessoas. Inclusive, ela é bastante conhecida por suas menções na bíblia e em outros escritos que remetem à antiguidade.
Mesmo que tenha sido erradicada em muitos lugares do mundo, ela ainda é recorrente em países subdesenvolvidos, como a Índia, que tem o maior número de casos, e no Brasil, que fica em segundo lugar nesse contexto.
A melhor forma de se combater a hanseníase é fazendo o diagnóstico precoce, afinal, ela tem cura. No entanto, se não for descoberta a tempo, pode deixar sequelas irreversíveis, como deformações e perda de sensibilidade. Por isso, é fundamental se manter bem informado para saber quando procurar um serviço de saúde.
Neste post, trazemos algumas informações relevantes sobre a doença. Acompanhe e saiba mais!
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma doença bacteriana, com grande capacidade de contaminação e transmissão entre as pessoas. Pode afetar qualquer parte do corpo, mas principalmente a pele, onde surgem pequenas lesões esbranquiçadas. Pode, ainda, atingir os nervos periféricos, gerando lesões graves e incapacitantes, responsáveis pelas deformações que são o estigma da doença.
A infecção da hanseníase pode acometer qualquer pessoa, de qualquer idade. Para tanto, é necessário que haja uma exposição prolongada à bactéria, sendo que nem todo indivíduo exposto, de fato, desenvolve a doença.
Durante muitos séculos, a hanseníase foi chamada de lepra, nome pelo qual foi símbolo de preconceito e discriminação. Isso porque algumas religiões antigas acreditavam ser uma punição aos pecadores, que podiam ficar deformados.
Desde o ano de 1976, o Ministério da Saúde passou a adotar o nome hanseníase em homenagem ao médico norueguês Gerhard Armauer Hansen, que descobriu a bactéria causadora da doença. Assim, os termos lepra e leproso foram abolidos nos sistemas de saúde brasileiros.
Quais são os principais sintomas?
Os sintomas da hanseníase podem variar de uma pessoa para outra. O diagnóstico precoce é fundamental, mas pode ser dificultado pela variedade de manifestações das manchas, que podem ser associadas a outros problemas. Por isso, é muito importante acompanhar a ocorrência dos seguintes sintomas:
- manchas brancas, marrons ou vermelhas na pele, com perda da sensibilidade ao tato, ao calor, ao frio e à dor;
- redução da quantidade de pelos e suor nas áreas afetadas;
- formigamento, dor, agulhadas e fisgadas nos braços e pernas;
- inchaço nas extremidades;
- redução da força muscular do rosto, dos pés e mãos, com possibilidade de inchaço e dor;
- ulcerações nas pernas e nos pés;
- nódulos no corpo;
- febre, inchaço e dor nas articulações;
- ressecamento nos olhos;
- ressecamento, feridas, sangramento e entupimento do nariz.
Como a doença é transmitida?
A hanseníase é transmitida de uma pessoa para outra pela eliminação do bacilo de hansen (Mycobacterium leprae), bactéria causadora da doença. A contaminação ocorre pelas vias aéreas superiores (nariz e garganta), pelo contato próximo e prolongado, ou seja, é necessário que o doente tussa, espirre ou espalhe o corrimento nasal para outras pessoas durante um longo período.
É comum que uma pessoa esteja infectada com poucos bacilos (paucibacilares) e não desenvolva ou transmita a doença por muito tempo. Já as pessoas com a forma com muitos bacilos (multibacilar) transmitem a hanseníase e a desenvolvem com mais facilidade, representando o grupo infeccioso e contagiante. Ainda na fase inicial do tratamento, a hanseníase deixa de ser transmissível.
O período de incubação do bacilo de hansen é bem longo, com duração média de 2 a 7 anos, podendo passar dos 10 anos em casos raros. Além disso, pessoas com o sistema imunológico enfraquecido podem manifestar a doença em pouco tempo de contaminação.
Como é feito o diagnóstico?
Para diagnosticar a hanseníase é necessário avaliar o aspecto clínico do paciente e fazer testes epidemiológicos. Assim, é realizado um exame geral dermatoneurológico para verificar as lesões e a perda na sensibilidade da área afetada e as alterações nas funções dos nervos periféricos.
Quando não há lesões cutâneas, mas existe a suspeita do comprometimento dos nervos (hanseníase neural) é preciso realizar exames mais complexos para confirmar o diagnóstico. Dessa forma, é feita a coleta de um material (amostra do tecido) para exames laboratoriais mais criteriosos, como a histopatologia da pele ou do nervo periférico sensitivo e a baciloscopia ou outros testes mais complexos.
O diagnóstico da hanseníase pode ser ainda mais complicado em crianças, pela dificuldade de interpretação dos testes de sensibilidade. Entretanto, quando descobertos, os casos infantis devem ser analisados com cuidado, pois podem indicar uma contaminação de outros familiares, exigindo uma abordagem mais completa de cuidados.
É muito importante destacar que a hanseníase tem cura e deve ser tratada como qualquer outra doença. No entanto, é comum que haja um impacto psicológico, tanto do paciente quanto dos familiares. Por isso, é fundamental que os serviços de saúde estejam preparados para esse tipo de atendimento, que influenciam diretamente na cura e na adesão ao tratamento.
Quais são as formas de tratamento?
O conhecimento sobre o estado clínico de cada pessoa é o primeiro passo para um tratamento adequado, pois o fato de ela manifestar muitos ou poucos bacilos pode determinar o tipo de medicação e o acompanhamento a ser realizado.
O tratamento é feito com a associação de medicamentos antibióticos (poliquimioterapia), como recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esse tipo de associação é uma forma de se evitar a resistência medicamentosa da bactéria, que prejudicaria a cura.
A maior dificuldade do tratamento é que ele costuma ser demorado, durando alguns meses, ainda que não seja necessário internação. A primeira dose mensal deve ser acompanhada por um profissional de saúde. Depois, a medicação pode ser administrada pela própria pessoa.
É importante destacar que os medicamentos usados no tratamento da hanseníase são seguros e eficazes, mas é preciso ajustar a dosagem e o esquema de tratamento a cada paciente, inclusive com o histórico de antibióticos usados anteriormente. No caso das crianças, por exemplo, é preciso considerar o peso e a idade.
Adotar hábitos saudáveis é a melhor forma de se evitar a hanseníase e outras doenças bacterianas. Além disso, é essencial ficar atento a qualquer alteração na pele ou na sensibilidade que possa indicar a doença. Assim como em qualquer outro problema de saúde, o diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenir que a doença evolua e que ocorra a transmissão para outras pessoas. Fique de olho nos sinais do seu corpo!
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