Pescoço extremamente inchado, o que pode ser um dos sintomas do câncer de tireoide. Pescoço extremamente inchado, o que pode ser um dos sintomas do câncer de tireoide.

Câncer de tireoide: sintomas e tratamentos para essa doença

8 minutos para ler

Entre os tipos mais comuns de cânceres existentes está o câncer de tireoide, que acomete as glândulas tireóideas e causa diversos incômodos na região do pescoço e garganta.

Continue a leitura do artigo e saiba mais sobre os sintomas da doença e como diagnosticá-la:

O que é câncer de tireoide?

O câncer de tireoide é um dos tumores mais comuns existentes, e pode causar o aparecimento de carcinomas por toda a região da cabeça e pescoço e afeta cinco vezes mais as mulheres do que os homens, numa faixa etária entre 20 e 65 anos.

Entre os carcinomas pode haver o papilífero, ou folicular e de células de Hürthle, além dos carcinomas pouco diferenciados e indiferenciados.

Pela frequência e aumento dos casos desse tipo de câncer, orientar a população sobre os cuidados de profilaxia, assim como estar sempre atento às inovações de tratamentos e variações da doença, deve ser um papel do endocrinologista e de outros profissionais da saúde envolvidos.

Sobre a separação do estadiamento do tumor é utilizada uma combinação de letras (T, N e M) e números (0 a 4), T de tumor, N de nódulos e M de metástase.

Os números vão de 0 (que significa ausência de tumor ou metástase) a 4, sendo o 4 o estágio mais grave, com presença de um ou mais tumores e metástase.

O que é tireoide?

A tireoide é uma glândula com formato de borboleta que possui aproximadamente 5 centímetros de diâmetro, e é localizada no pescoço abaixo do pomo de adão.

A função dessa glândula é estimular e controlar a liberação de hormônios que auxiliam no funcionamento do metabolismo, respiração, frequência do coração, alterações de humor e temperatura do corpo.

Os tumores presentes na tireoide são os chamados carcinomas, que se formam pelas células epiteliais presentes na pele e em vários órgãos, e podem ser divididos em 3 categorias: os diferenciados (carcinoma papilífero, folicular, e células de Hürthle), pouco diferenciados e indiferenciados (ambos apresentam poucos diagnósticos).

Ao falar da tireoide, vale lembrar que o diagnóstico de hiper e hipotireoidismo não possui relação com o câncer, necessitando de tratamentos diferenciados.

Quais são as causas e fatores de risco do desenvolvimento de câncer de tireoide?

  • Sobrepeso e obesidade;
  • Alimentação pobre em iodo;
  • Pessoas com síndromes genéticas;
  • Histórico familiar de câncer de tireoide;
  • Pessoas que realizaram aplicação de radiação na região do pescoço como tratamento de alguma doença;
  • Profissionais que trabalham expostos à radiação;
  • Histórico de bócio na família;
  • Sobreviventes de acidentes nucleares.

Quais os sintomas de câncer na tireoide?

Alguns tipos de tumores, como o carcinoma papilífero e o folicular geralmente são assintomáticos no início, e os primeiros sinais aparentes são nódulos palpáveis e visíveis na tireoide e/ou no pescoço.

Quando o estágio é mais grave, os gânglios linfáticos podem aumentar, assim como o volume do pescoço, além de rouquidão, tosse contínua, dificuldades para deglutir alimentos e sensação de fechamento da traqueia.

Uma jovem sentindo dores na garganta causada por deglutição, sendo esse um dos sintomas do câncer de tireoide.

Qual exame de sangue detecta câncer de tireoide?

Existem vários tipos de exames de sangue que podem detectar a presença do câncer de tireoide. São eles:

  • Dosagem do TSH

A dosagem dos níveis sanguíneos do hormônio tireoestimulante verifica a função da glândula tireoide. Caso o nível de TSH esteja alto, significa que a produção de hormônios não é suficiente.

  • Dosagem de T3 e T4

A triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) são os principais hormônios que a tireoide produz, e a alteração ou não de seus níveis pode auxiliar na avaliação da atividade da glândula.

  • Dosagem de calcitonina

A dosagem de calcitonina auxilia a investigar se há presença de câncer medular de tireoide. Como o histórico familiar tem relevância no aparecimento desse tipo de tumor, o exame geralmente é indicado com o intuito de rastrear e observar os pacientes com esse fator de risco.

  • Antígeno carcinoembrionário

A dosagem de CEA é indicada nos casos em que os pacientes apresentam histórico familiar para câncer medular de tireoide, e caso o diagnóstico apresenta níveis elevados de CEA pode ser um indicativo da presença da doença. Saiba mais sobre os exames de sangue que detectam câncer de tireoide.

Somente o exame de sangue é suficiente para diagnosticar a doença?

Não, esse tipo de exame é apenas uma parte do processo de investigação e diagnóstico, pois indica alterações na função da tireoide e não a presença do tumor.

Logo, é necessário seguir o diagnóstico com outros exames de imagem para complementar a suspeita detectada pelos exames de sangue.

Quais exames de imagem são realizados para continuar a investigação?

Após a realização e diagnóstico pelos exames de sangue, o médico irá decidir qual tipo de exame de imagem será escolhido para investigar a região com suspeita da presença tumoral, com intuito de localizar e determinar a extensão da doença.

Os exames de imagem que são indicados com mais frequência são:

  • ultrassom da tireoide, que verifica a quantidade de nódulos presentes, a densidade e se os linfonodos próximos aos nódulos estão aumentados ou não;
  • cintilografia da tireoide, que checa as áreas suspeitas e alteradas da glândula, analisando a presença de nódulos que podem ser malignos ou benignos;
  • radiografia de tórax, que analisa se houve metástase para a região dos pulmões;
  • ressonância magnética da tireoide, que observa o tamanho e a localização dos tumores, além de averiguar se houve metástases;
  • PET scan (tomografia por emissão de pósitrons), que verifica a presença de metástase para os linfonodos ou outras áreas, sejam elas próximas ou distantes);
  • laringoscopia, que vai avaliar a funcionalidade das cordas vocais que podem ser causadas pela presença de tumores dentro da garganta.

Teste de dosagem do antígeno carcinoembrionário, conhecido como CEA, exame de sangue que detecta câncer de tireoide.

É preciso fazer biópsia para concluir o diagnóstico?

Sim, a biópsia é um passo extremamente importante para fechar o diagnóstico, pois ela retira amostras de tecidos presentes na glândula tireoide para análise laboratorial.

Geralmente é feita uma biópsia aspirativa, através de uma agulha fina (PAAF) guiada por ultrassom, procedimento que pode ser realizado em consultório médico ou em ambiente hospitalar.

Quando o laudo da biópsia não consegue determinar se a lesão é benigna ou maligna, podem ser solicitados testes para avaliar se os genes BRAF ou RET/PTC sofreram algum tipo de mutação, ou a biópsia cirúrgica, que pode analisar uma maior quantidade de tecido da tireoide.

Por ser um procedimento mais invasivo, é realizado em centro cirúrgico.

O câncer de tireoide tem cura? Quais tratamentos podem ser realizados?

Sim, há alta porcentagem de cura para o câncer de tireoide. Geralmente o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico, pela tireoidectomia total ou parcial, que será decidida de acordo com o diagnóstico da gravidade da doença.

Por exemplo, em casos onde as células malignas comprometeram os gânglios cervicais, é necessária a remoção dos gânglios. Após 4 a 6 semanas de tratamento, o paciente recebe doses terapêuticas de iodo radioativo em hospital para eliminar restos de tecidos de células tumorais no corpo e evitar metástases.

Quando os carcinomas papilíferos e foliculares não respondem a esse tratamento, outra possibilidade é a terapia antiangiogênica, que bloqueia a formação de novos vasos sanguíneos, impedindo que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação.

Após, é indicada a reposição hormonal com levotiroxina por via oral, que substitui os hormônios que deixaram de ser produzidos pela tireoide.

Radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é recomendada em casos onde os tumores são mais agressivos, como o carcinoma medular e o carcinoma anaplásico.

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