A endoscopia gastrite é um procedimento essencial para diagnosticar e avaliar a presença de inflamação no revestimento do estômago, conhecida como gastrite.
Este exame permite ao médico visualizar diretamente o interior do trato gastrointestinal, identificando possíveis causas e condições associadas.
Aqui, abordaremos em detalhes como a endoscopia é realizada, os benefícios do procedimento, e o que esperar antes, durante e após o exame:
O que é Gastrite?
A gastrite é uma inflamação do revestimento do estômago, que pode ocorrer de forma aguda com sintomas súbitos e severos, ou de forma crônica, com uma inflamação mais persistente e de longa duração.
Os sintomas comuns incluem dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de apetite e sensação de queimação.
A gastrite pode ser causada por diversos fatores, como infecção pela bactéria Helicobacter pylori, uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), consumo excessivo de álcool, estresse, e doenças autoimunes.
A gastrite pode afetar apenas uma parte do estômago ou todo o órgão, dependendo da causa e da gravidade da inflamação.
Causas da Gastrite
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da gastrite, incluindo:
- Infecção por Helicobacter pylori: esta bactéria é uma das causas mais comuns de gastrite. Ela vive no revestimento do estômago e pode provocar uma inflamação crônica se não for tratada.
- Uso prolongado de anti-Inflamatórios não esteroides (AINEs): medicamentos como aspirina, ibuprofeno e naproxeno podem irritar e inflamar o revestimento do estômago se usados por longos períodos.
- Consumo excessivo de álcool: o álcool pode irritar e corroer o revestimento do estômago, levando à inflamação.
- Estresse e trauma físico: situações de estresse intenso, trauma físico ou cirurgias podem desencadear a gastrite.
- Doenças autoimunes: em alguns casos, o sistema imunológico ataca as células do revestimento do estômago, resultando em gastrite autoimune.
- Outras condições médicas: doenças como refluxo biliar crônico, infecções virais, e a síndrome de Zollinger-Ellison também podem causar gastrite.
O que é a Endoscopia Digestiva?
A endoscopia digestiva alta, também conhecida como esofagogastroduodenoscopia (EGD), é um procedimento que utiliza um endoscópio – um tubo flexível com uma câmera na ponta – para examinar o esôfago, estômago e o início do intestino delgado (duodeno).
A endoscopia permite ao médico visualizar diretamente o revestimento destes órgãos, identificar anormalidades e, se necessário, realizar biópsias (remoção de pequenas amostras de tecido) para análise laboratorial.
Embora a endoscopia em si dure apenas 15 a 30 minutos, o tempo total que o paciente passará na clínica ou hospital pode variar de 2 a 3 horas, incluindo a preparação pré-procedimento e a recuperação pós-sedação. Este tempo pode variar dependendo das práticas da instituição e da resposta individual do paciente ao procedimento e à sedação.
Como funciona a Endoscopia Digestiva?
A endoscopia digestiva alta, também conhecida como esofagogastroduodenoscopia (EGD), é um procedimento médico que permite aos médicos examinar visualmente o interior do trato gastrointestinal superior, incluindo o esôfago, estômago e duodeno.
Este exame é fundamental para diagnosticar diversas condições, como úlceras, inflamações, tumores e infecções.
Preparação para a Endoscopia Digestiva
A preparação adequada é crucial para o sucesso do procedimento. Aqui estão os passos comuns:
- Jejum: o paciente deve evitar comer e beber por pelo menos 8 horas antes do exame para garantir que o estômago esteja vazio. Isso facilita a visualização e reduz o risco de aspiração.
- Medicações: alguns medicamentos podem precisar ser ajustados ou interrompidos temporariamente. O médico orientará sobre quais medicamentos continuar ou suspender.
- Informações de saúde: é importante informar ao médico sobre alergias, condições médicas existentes e uso de medicamentos, especialmente anticoagulantes.
Durante o procedimento
O procedimento de endoscopia digestiva geralmente segue estas etapas:
- Sedação: para o conforto do paciente, é administrada sedação leve ou moderada, que ajuda a relaxar e minimizar qualquer desconforto. Em alguns casos, pode ser usado um spray anestésico na garganta para reduzir o reflexo de vômito.
- Introdução do endoscópio: o endoscópio, um tubo flexível e fino com uma câmera na ponta, é cuidadosamente inserido pela boca e passado pelo esôfago, estômago e duodeno. A câmera transmite imagens em tempo real para um monitor.
- Exame visual: o médico examina o revestimento do esôfago, estômago e duodeno, procurando por anormalidades como inflamações, úlceras, tumores, ou sinais de sangramento.
- Biópsias: se necessário, o médico pode usar pequenos instrumentos passados pelo endoscópio para coletar amostras de tecido (biópsias) para análise posterior. Este processo é indolor e as amostras são enviadas para um laboratório para exame microscópico.
Benefícios e riscos
A endoscopia digestiva é um procedimento seguro e eficaz, com inúmeros benefícios:
- Diagnóstico preciso: permite a visualização direta do trato gastrointestinal, ajudando no diagnóstico preciso de diversas condições.
- Tratamento imediato: em alguns casos, procedimentos terapêuticos, como a remoção de pólipos ou controle de sangramentos, podem ser realizados durante a endoscopia.
No entanto, como qualquer procedimento médico, há riscos potenciais, embora raros:
- Reações à sedação: alguns pacientes podem ter reações adversas aos sedativos usados.
- Perfuração ou hemorragia: em casos muito raros, o endoscópio pode causar perfuração ou sangramento no trato gastrointestinal.
Como a Endoscopia diagnostica a Gastrite?
Durante a endoscopia, o médico pode observar diretamente sinais de inflamação no revestimento do estômago, como vermelhidão, inchaço ou erosões.
Além disso, o exame permite a coleta de amostras de tecido para detectar a presença de Helicobacter pylori, que é uma das principais causas de gastrite. A endoscopia é o método mais preciso para diagnosticar gastrite e determinar a gravidade da inflamação.
O que esperar durante a Endoscopia?
O procedimento geralmente dura entre 15 a 30 minutos. Você será sedado para seu conforto e para minimizar qualquer desconforto durante o exame.
O endoscópio é inserido pela boca e passado suavemente pelo esôfago até o estômago e duodeno.
A câmera no endoscópio transmite imagens em tempo real para um monitor, permitindo ao médico examinar detalhadamente o revestimento do trato gastrointestinal.
Recuperação e cuidados pós-exame
Após a endoscopia, o paciente será monitorado até que os efeitos da sedação diminuam. É comum sentir um leve desconforto na garganta, que geralmente desaparece em poucas horas. Outras considerações incluem:
- Recuperação: devido à sedação, o paciente não deve dirigir ou operar máquinas pelo resto do dia. É recomendável ter um acompanhante para ajudar no retorno para casa.
- Resultados: o médico discutirá os achados preliminares logo após o procedimento, mas os resultados das biópsias podem levar alguns dias.
- Cuidados posteriores: seguir as orientações médicas sobre alimentação e medicação após o exame é importante para a recuperação completa.
Caso tenha sido realizada uma biópsia, pode haver orientações específicas a serem seguidas. É importante repousar pelo resto do dia e evitar atividades que exijam atenção plena, como dirigir.
A endoscopia é uma ferramenta valiosa para o diagnóstico preciso da gastrite, permitindo intervenções adequadas e tratamento eficaz.
Como é o tratamento da gastrite?
O tratamento da gastrite depende da causa subjacente, da gravidade da inflamação e dos sintomas apresentados. O objetivo principal é reduzir a inflamação do revestimento do estômago, aliviar os sintomas e tratar qualquer condição subjacente. Aqui estão as principais abordagens no tratamento da gastrite:
1. Medicamentos
Diversos medicamentos podem ser prescritos para tratar a gastrite:
Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs): medicamentos como omeprazol, esomeprazol e lansoprazol reduzem a produção de ácido no estômago, ajudando a aliviar a inflamação e a dor.
Antagonistas dos Receptores H2: Ranitidina, famotidina e cimetidina também reduzem a produção de ácido, embora de uma forma diferente dos IBPs.
Antiácidos: medicamentos como hidróxido de magnésio ou alumínio neutralizam o ácido gástrico, proporcionando alívio rápido dos sintomas.
Antibióticos: se a gastrite for causada pela bactéria Helicobacter pylori, um regime de antibióticos (geralmente uma combinação de claritromicina, amoxicilina e metronidazol) será prescrito para erradicar a infecção.
Protetores de mucosa: medicamentos como sucralfato e misoprostol ajudam a proteger o revestimento do estômago, promovendo a cicatrização.
2. Mudanças na dieta e estilo de vida
Modificações na dieta e no estilo de vida são cruciais no manejo da gastrite:
Alimentos a evitar: reduzir ou eliminar alimentos picantes, ácidos, fritos e gordurosos que podem irritar o estômago.
Redução do álcool: evitar o consumo de álcool, pois ele pode agravar a inflamação.
Cessar o tabagismo: fumar pode aumentar a produção de ácido e irritar o revestimento do estômago.
Refeições menores e frequentes: comer refeições menores com mais frequência pode ajudar a reduzir a carga sobre o estômago.
Gerenciamento do estresse: técnicas de relaxamento, como meditação e yoga, podem ajudar a reduzir os sintomas de gastrite induzida pelo estresse.
3. Tratamento de condições subjacentes
Se a gastrite for causada por uma condição subjacente, como uma doença autoimune ou refluxo biliar, o tratamento específico para essas condições também é necessário:
Doenças autoimunes: pode ser necessário o uso de medicamentos imunossupressores ou corticosteroides.
Refluxo biliar: alterações na dieta e medicamentos específicos para reduzir o refluxo biliar podem ser indicados.
4. Mudanças no uso de medicamentos
Se a gastrite for causada pelo uso de medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs):
Alternativas aos AINEs: substituir AINEs por outros analgésicos, como paracetamol, que são menos irritantes para o estômago.
Uso de Protetores Estomacais: se for necessário continuar com AINEs, o uso concomitante de protetores estomacais, como IBPs ou antagonistas H2, pode ser recomendado.
5. Acompanhamento médico regular
Acompanhamento com um gastroenterologista é importante para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar a terapia conforme necessário. Biópsias endoscópicas ou outros testes podem ser repetidos para avaliar a cura da mucosa gástrica.
Se você apresenta sintomas de gastrite, consulte um gastroenterologista para avaliação e para determinar se a endoscopia é indicada no seu caso. A detecção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida.
Lembre-se: a saúde do seu trato gastrointestinal é essencial para o bem-estar geral. Não hesite em buscar ajuda médica ao perceber qualquer sintoma de desconforto ou dor abdominal. A endoscopia pode ser a chave para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz!
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