O autismo, como é chamado o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição que acomete cerca de 70 milhões de pessoas com autismo segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Além disso, dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) apontam que em 2020 o transtorno se apresentava de 1 em cada 36 crianças, em contraste com um caso de autismo a cada 150 crianças registrados em 2000 nos Estados Unidos.
No Brasil, o grau da estatística não é diferente, sendo que se basearmos nesse dado pode-se haver um número aproximado de 4 milhões de pessoas autistas em meio a população brasileira.
O Brasil possui uma ausência de dados e informações em relação ao autismo, com os últimos dados coletados serem de 2010 pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em que o país tinha cerca de 2 milhões de pessoas com autismo.
Números mais recentes para que haja uma ideia do aumento de casos são do Censo Escolar do Brasil, que registrou um aumento de 280% de estudantes com TEA matriculados entre 2017 e 2021 em escolas públicas e particulares.
Saiba mais sobre o autismo e sua relação genética:
Autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurológico, que é capaz de prejudicar significativamente no desenvolvimento e comunicação, e assim, na qualidade de vida do indivíduo.
Por meio do autismo, é possível perceber problemas em se relacionar e estabelecer conexão com as pessoas, em se comunicar e comportamentos repetitivos, que fazem com que a circunstância consiga ser percebida e diagnosticada nos primeiros meses e anos de vida.
Dessa forma, é possível que, por meio do tratamento multidisciplinar indicado e de acordo com o grau diagnosticado, é possível que o paciente consiga se relacionar melhor e se prostrar melhor em seus ambientes de convivência e situações de desconforto.
Entre os sinais do autismo mais característicos, pode-se citar:
- Dificuldade de interagir socialmente;
- Dificuldade em manter contato visual;
- Concentração intensa em algum assunto ou tarefa (hiperfoco);
- Comportamentos repetitivos – como ficar se balançando, repetindo palavras e fonéticas e ficar batendo palmas;
- Dificuldade de se adaptar a mudanças e fixação por seguir uma rotina (tendo também uma forte resistência a mudanças de última hora);
- Hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos externos (tal a luzes muito intensas e barulhos altos);
- Seletividade alimentar (se alimentando estritamente a alimentos de determinadas texturas, formatos e cores).
Além de comprometer o relacionamento interpessoal, os sintomas do autismo podem afetar o desenvolvimento da autonomia da pessoa. Também é importante se atentar às minúcias, uma vez que o autismo pode ser praticamente imperceptível.
Em certos casos, é possível que a pessoa com autismo apresente dotes fora do comum, tal como habilidades para música, alto grau de observação e dotes com números e arte em geral.
Causas do autismo
Além dos sintomas, é importante se atentar quanto às motivações que podem estar atreladas ao caso. No entanto, ainda não há causas concretas atreladas ao transtorno, com alguns estudos apontando para fatores ambientais, hereditários e até mesmo genéticos.
Esses são os principais fatores relacionados ao desenvolvimento do transtorno. Saiba mais sobre:
Fatores ambientais: tais como consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, medicamentos ou outras drogas em meio a gestação, podendo aumentar o risco de desenvolvimento do autismo.
Causas hereditárias: pessoas com irmãos que possuam a síndrome tendem a possuir um maior risco de desenvolver autismo.
Doenças genéticas: existem algumas doenças genéticas como Síndrome de Down, síndrome do X frágil, esclerose tuberosa e síndrome de Rett, que também podem influenciar no diagnóstico do autismo.
Demais causas que podem ser citadas estão pais com idade avançada, gravidez de alto risco, parto induzido ou baixo peso ao nascer. Contudo, não há uma explicação científica que justifique o processo do cérebro até o transtorno.
Crianças prematuras também possuem mais chances de apresentarem sintomas de TEA.
Falando das causas do autismo, é importante desmistificar quanto ao que não pode ser e que muitas vezes pode acabar por trazer dúvidas. Entre essas “não causas” podem-se citar vacinas, gatilhos emocionais, qualidade de relacionamento entre mãe e filho e alimentos artificiais. Nenhuma delas possui comprovação científica e já foram descartadas.
Autismo é genético?
A genética está entre as principais possíveis causas do autismo desde a suspeita e primeiro estudo feito com gêmeos em 1977.
Diversos times de pesquisa compararam as taxas de TEA em gêmeos, chegando à conclusão de que a genética é sim uma grande responsável pelo transtorno.
Esses estudos retratam que quando um gêmeo idêntico é diagnosticado com autismo, o gêmeo possui cerca de 80% de chance de compor o espectro também, com a taxa de gêmeos fraternos sendo de 40%.
Usando o estudo de caso de forma geral, a presença de um indivíduo com TEA na família pode aumentar a chance de um casal gerar uma criança na mesma condição.
O risco aumenta em casos em que a idade do casal supera os 40 anos, fazendo com que haja uma maior taxa de erros e falhas no material genético, por exemplo.
Uma pesquisa recente identificou que o trauma e estresse na gestação podem aumentar a chance de autismo nos filhos. Mais de 2 mil brasileiros foram entrevistados para que se chegasse a conclusão.
Se tratando de genética, vale ressaltar que o autismo é um transtorno que afeta a estrutura e a função dos neurônios no cérebro. Certos pesquisadores observaram que os neurônios dos autistas são mais curtos, possuindo menos ramificações.
A área mais afetada é o córtex cerebral, que é a camada mais externa do cérebro. Por essa condição genética, se justificam as dificuldades de linguagem, comunicação e socialização enfrentadas pela pessoa.
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Diagnóstico e tratamento
O autismo não tem cura, o que faz com que seja extremamente importante que o médico seja consultado já nos primeiros momentos que o distúrbio for percebido para que se busque melhorar a qualidade de vida da pessoa autista.
O diagnóstico de TEA é essencialmente clínico, em que o profissional, seja o pediatra ou neuropediatra, irá observar a criança, fazer perguntas aos pais e aderir instrumentos específicos na avaliação.
Profissionais como professores e psicólogos da convivência da criança também podem ser entrevistados.
O tratamento vai depender das necessidades individuais do paciente e de seu grau de autismo, podendo se basear em sessões de fonoaudiologia, terapia comportamental, uso de medicamentos e suplementos, terapia comportamental e terapia ocupacional.
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