A doação de sangue é um processo que gera muitas dúvidas. Apesar de existirem diversas campanhas falando da importância desse ato para salvar vidas, muitas pessoas desconhecem os requisitos e os impedimentos para isso ou deixam de fazer a coleta por não compreenderem o procedimento.
No Brasil, os doadores somam 1,6% da população, mas é importante aumentar esse número para garantir que os bancos de sangue mantenham um estoque viável para auxiliar os pacientes que precisam dessa intervenção.
Se você tem interesse em doar, continue a leitura deste post para saber quem pode fazer a doação de sangue, quais são os impedimentos e como funciona o procedimento.
Quem pode fazer a doação de sangue?
A doação precisa ser segura para quem está doando e para quem vai receber o sangue. Portanto, é preciso cumprir alguns requisitos para que a coleta seja realizada. São eles:
- ter entre 16 e 69 anos;
- pesar mais de 50kg;
- ter descansado pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
Vale lembrar que os menores de 18 anos precisam apresentar documento com o consentimento formal do responsável. Quem tem 61 anos ou mais e nunca doou não poderá se tornar doador.
Com o objetivo de incentivar essa prática, quem trabalha com carteira assinada tem direito a um dia de folga a cada 12 meses para fazer a doação de sangue. Assim, fica mais fácil para os trabalhadores encontrarem um tempo para fazer a coleta sem prejudicar a sua presença no trabalho.
Quais são os impedimentos para doar sangue?
Existem algumas situações que impedem a doação de sangue. Portanto, é importante conhecê-las para evitar imprevistos no momento do procedimento. Não podem doar as pessoas que tiverem:
- febre;
- doenças infecciosas ou inflamatórias;
- anemia detectada no teste feito antes da doação;
- hipertensão ou hipotensão;
- aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos.
Caso leve uma criança menor de 13 anos no momento da doação, é importante que tenha outro adulto para acompanhá-la após a coleta, caso contrário, não será possível realizar o procedimento.
Impedimentos temporários
Algumas situações causam impedimentos temporários para a doação, ou seja, o doador precisa esperar determinado período para que possa fazer a coleta com segurança. Confira alguns exemplos de impedimentos e o tempo necessário para poder doar.
- Gravidez: aguardar 90 dias após o parto normal ou 180 dias em caso de cesariana.
- Amamentação: aguardar 12 meses após o parto.
- Ingestão de bebidas alcoólicas: aguardar 12 horas.
- Exposição a situações de risco de doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
- Procedimentos endoscópicos: aguardar 6 meses.
- Tatuagem, maquiagem definitiva ou piercing: aguardar 12 meses.
- Transfusão de sangue: aguardar 12 meses.
- Vacina contra gripe: aguardar 48 horas.
Impedimentos definitivos
Em algumas situações, infelizmente a pessoa fica impedida de fazer a doação de sangue de forma definitiva. Veja quais são os principais casos:
- evidência clínica ou laboratorial de algumas doenças, como hepatite B e C, vírus HIV (AIDS), doença de chagas e outras associadas aos vírus HTLV I e II;
- uso de drogas ilícitas injetáveis;
- malária;
- hepatite A, após os 11 anos de idade.
Caso tenha qualquer dúvida sobre os impedimentos, converse com o profissional. Ele poderá avaliar a situação e definir se a doação pode ser feita no momento ou se é mais seguro esperar um período. Lembre-se que o objetivo da doação é salvar vidas, então é fundamental garantir a segurança do procedimento.
Como doar sangue?
Se você deseja doar sangue, o procedimento é bem simples. Primeiramente, procure um posto de atendimento na sua cidade (hospitais, clínicas e hemocentros) para conferir os horários em que a coleta é realizada. No dia, você precisa apresentar um documento original com foto, como:
- carteira de identidade;
- Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
- Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- carteira de identificação de órgãos de classe.
Você não deve estar de jejum ao doar sangue, mas é preciso ter atenção à alimentação antes do procedimento, evitando alimentos gordurosos por pelo menos 3 horas. Após o cadastro, o paciente passa por uma pré-triagem para verificar pressão, temperatura, peso e batimentos cardíacos, além do teste de anemia.
O próximo passo é a triagem clínica, com uma entrevista individual e sigilosa para que os profissionais avaliem se a coleta não trará riscos para o doador ou para o receptor do sangue. Caso não sejam identificados problemas, o paciente é encaminhado para a realização do procedimento.
A coleta retira 450 mililitros de sangue — quantidade que pode salvar a vida de até quatro pessoas — e amostras para realizar exames em busca de doenças infecciosas. O resultado pode ser obtido pelo paciente no prazo informado pela clínica.
Como o corpo repõe o volume de sangue em até 72 horas, o procedimento não oferece riscos, mas caso sinta algum mal-estar durante a doação, avise o profissional. Após o término da coleta, o doador recebe um lanche e deve aguardar pelo menos 15 minutos antes de ir embora.
Cuidados após a coleta
É normal sentir tonturas durante o dia e dores no local da punção. Em caso de anormalidades, o doador deve notificar o hemocentro e procurar auxílio médico. Para evitar problemas, é importante adotar alguns cuidados após a coleta:
- beber bastante água;
- evitar esforços físicos por 12 horas;
- não ingerir álcool por 12 horas;
- manter o curativo por pelo menos 4 horas;
- não fumar por 2 horas;
- não dirigir veículos de grande porte;
- não praticar esportes radicais.
Também vale a pena atentar-se aos prazos para fazer uma nova coleta: a doação pode ser feita a cada 60 dias — para os homens, no máximo 4 vezes em um período de 12 meses. Para as mulheres o prazo é diferente devido ao ciclo menstrual. É possível doar sangue a cada 3 meses, limitando a 3 doações por ano.
Como vimos, a doação de sangue é um procedimento simples e seguro, capaz de salvar diversas vidas. Verifique os locais de coleta disponíveis na sua cidade e separe um tempo para se tornar um doador.
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